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Foto: Lauro Alves / Agência RBS |
Como não ressaltar a revolução do Internacional nos últimos 10 dias? O Colorado segue invicto e sólido defensivamente desde o fatídico Gre-Nal: são três vitórias - uma delas com o interino Odair Hellmann - e nenhum gol sofrido. Não me admira a competência de Argel Fucks dar resultados imediatos. Quando sua contratação foi confirmada pelos veículos, me posicionei em defesa do seu trabalho, capaz de lidar com situações delicadas.
Enérgico, conseguiu devolver ambições ao vestiário colorado. O que mais chama a atenção é que as suas propostas de jogo lembram, até certo ponto, aquelas implantadas na gestão de Diego Aguirre e, ao mesmo tempo, cientes dos erros que culminaram na demissão do uruguaio.
Aguirre, principalmente nos insucessos, teve seu nome constantemente ligado ao rodízio, o que não se vê com Argel. Foram apenas duas mudanças em três compromissos. A característica do Inter que vimos nesta semana, por sua vez, coincide com aquela que respirou ares muito mais puros no primeiro semestre: um time que combina movimentação, intensidade, agressividade e muita marcação no campo do adversário. O avançado, no entanto, ao invés de Lisandro López e Nilmar, é Vitinho, uma opção que, assim como Valdívia e Eduardo Sasha, não só dita o ritmo do jogo com mais velocidade como auxilia na marcação. O desenvolvimento do trio, juntos, é uma sugestão interessantíssima.
Argel também enxergou recursos em alguns de seus atletas que, devido ao elenco inflado de qualidade, estavam esquecidos. É o caso de Paulão, que coroou o bom momento com um gol que sacramentou mais três pontos, e de Nilton, versátil e disposto como nunca em Porto Alegre.
Sabemos que 10 dias é um período curto. No entanto, o goleiro Alisson já não é mais o destaque da equipe, como dito pelo próprio Argel. E isso nos dá a ideia de que as coisas estão, sim, mudando.