segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O curioso caso de Braian Rodríguez

(Foto: Diego Guichard)
Braian Rodríguez viveu, em Campinas, mais um dia agonizante sob o uniforme azul, preto e branco. Ontem, na etapa final, recebeu de Galhardo a chance e a responsabilidade de levar três pontos a Porto Alegre e, acima de tudo, a oportunidade de amenizar sua turbulência com o torcedor e adquirir alguns créditos com o mesmo. Livre e bem posicionado, desperdiçou e elevou ainda mais as discussões acerca de sua permanência no clube.

Contratado para suprir a carência de um "camisa 9" após a saída do argentino Hernán Barcos e do boliviano Marcelo Moreno, o uruguaio Braian Rodríguez jamais convenceu. Os números pelo Grêmio - 2 gols em 27 jogos - e pela carreira são medíocres. O seu caso, no entanto, é curioso em relação aos outros atletas que frustraram os gremistas.

Quem assiste às suas performances, sabe que o seu problema não é a falta de disposição e de entrega. Braian evidencia o sofrimento a cada gol perdido. A simbolização da situação fica por conta de um lance em que foi protagonista, na derrota para o São Paulo, no primeiro turno. Com o resultado sacramentado em 2 a 0, o Tricolor Paulista vitimou Braian em uma roda com troca de passes, o tradicional "bobinho". Insatisfeito, o avante cobrou auxílio dos seus recuados companheiros. Era um esforço inútil, mas que deixava visível o seu vício pela redenção. 

Braian nos mostra com isso que só a dedicação não basta. Desprovido de qualidade técnica, seu futebol é limitado para o Grêmio. Sua ineficiência não dá raiva, mas pena, visto que escancara o aborrecimento e está, sim, comprometido e abraçado ao planejamento de Roger, que ainda tenta ver luz no fim do túnel de Braian através do fornecimento de minutos em campo. A desilusão, porém, é inevitável. Braian é um poço de aplicação preso a um corpo petrificado.