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Pedro Henrique em ação com o Rennes, da França. Reprodução/Facebook |
Aos 25 anos, ele está concentrado com o Rennes, clube da primeira divisão da França, para a pré-temporada. Direto de Ulm, na Alemanha, onde realizou amistoso contra o Borussia Mönchengladbach, Pedro conversou o Futebolês. Na ocasião, levantamos questões sobre o futebol europeu, seu sucesso na Suíça e suas expectativas na França.
Os primeiros passos de Pedro Henrique Konzen Medina da Silva para a vida e para o futebol foram dados em Santa Cruz do Sul. Seu vínculo com o esporte mais famoso do país vem desde os cinco anos de idade, época em que seu brinquedo preferido era a bola.
- Eu sempre queria estar com ela - lembra Pedro.
Com o passar do tempo, seu sonho em se tornar jogador de futebol foi se desenvolvendo cada vez mais. Começou, aos 12 anos, nas categorias de base do Futebol Clube Santa Cruz. Com 17, se mudou para Porto Alegre, quando defendeu o Grêmio. Sua estreia em uma competição profissional, no entanto, foi diante de seus conterrâneos, no tradicional clássico do município: o Ave-Cruz. Vestindo o verde e o branco do Esporte Clube Avenida, atuou por 23 minutos. A partida, válida pelo Campeonato Gaúcho de 2010 - o Gauchão - terminou em 1 a 0 para o Santa Cruz.
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Pedro com seu primeiro caneco: a Copa da Suíça. Reprodução/Facebook |
- Foi uma grande chance de título. Tínhamos um belo time. Foi uma pena o árbitro ter dado tantos minutos a mais. Mas isso são coisas do futebol. Na semifinal, ganhamos nos pênaltis. Na final, perdemos nos pênaltis.
Pedro ainda disputou a Série C do Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil antes de chegar à Europa. Em janeiro de 2012, seus bons desempenhos em Caxias do Sul resultaram no interesse do Zurique, da Suíça. Após três temporadas, conquistou a Copa da Suíça, diante do Basel, por 2 a 0. O episódio foi um sabor inédito em sua história pelos gramados.
- Sem dúvidas, um dos acontecimentos mais especiais da minha carreira. Diante de um clássico tradicional do futebol suíço, levantei o meu primeiro troféu como jogador profissional.
Seus 13 gols em 73 jogos e sua explosão pelos corredores do campo chamaram a atenção do Rennes, que o contratou. Após um ano em competições que envolvem nomes como Ibrahimovic, Cavani e Lacazette, Pedro rememora o seu grande momento com os alvi-rubros franceses.
- Meu gol no Derby de la Bretagne, contra o Nantes (vídeo). Foi o meu primeiro com o Rennes.
Pedro ainda balançou as redes contra o Lorient e terminou a Ligue 1 - o Campeonato Francês - na nona posição, com 50 pontos. No momento, ele se prepara para os desafios da próxima temporada. Com estreia programada para 8 de agosto, quando visitará o Bastia, Pedro comenta a respeito de suas expectativas para o período 2015-16.
- São boas. Espero ajudar equipe a conquistar uma vaga na Champions League ou na Europa League. Temos consciência de que o título será difícil, mas não impossível.
Quando o assunto é seleção, Pedro reconhece as dificuldades para chegar até ela. Apesar disso, ter a oportunidade de representar o seu país está entre os seus objetivos.
- Isso com certeza está traçado em meus planos! É um sonho vivo. Por ser um país grande e ter muitos jogadores pelo mundo, é uma missão difícil. Mas nada que não possa acontecer se eu fizer uma boa temporada.
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Pedro em disputa de bola com Ibrahimovic, pela Ligue 1. AFP/Getty Images |
- Nunca recebi nenhum convite. Tenho descendência alemã. Mesmo assim, confesso que essa ideia jamais se passou pela minha cabeça - conta.
Completados três anos e meio de sua mudança para o Velho Continente, Pedro analisou o impacto do futebol europeu em sua carreira.
- Muito positivo! Como pessoa e como atleta, agregou cultura. É muito bom viver aqui fazendo o que sempre gostei.
Ao fim do papo, uma reflexão acerca de um assunto constantemente discutido em programas futebolísticos: a diferença entre o futebol europeu e o futebol brasileiro. Perguntado se reforça a ideia de que nosso futebol precisa aderir aos métodos de trabalho da Europa, visto que atuou nos dois solos, Pedro concluiu:
- Acredito que tudo partiu daqui (da Europa). Somos um país formador de jovens. Porém, a Europa nos ensina realmente a ser um jogador de futebol, a viver como um profissional e a conviver com torcidas e estádios de organização exemplar. Hoje, vejo o Brasil um pouco mais evoluído nesse ponto, em relação aos anteriores. As coisas melhoraram, mas ainda temos um longo caminho a percorrer para ficar no patamar europeu.
* O jogador se faz presente nas redes sociais. Para acompanhar um pouco mais sobre a sua carreira, curta sua página no Facebook ou o siga no Twitter.